segunda-feira, 29 de junho de 2009

Não, obrigado

Este texto foi publicado na Revista Carta Capital e é de autoria do ex-jogador da Seleção Brasileira e do Corinthans, Sócrates. Este faz jus ao nome.

Queria dividir com vocês um convite que me foi feito, o qual me sinto incapaz de aceitar. Há algumas semanas, fui convidado para fazer parte do Conselho Nacional do Esporte (CNE). Brasileiro inclusive no sobrenome, incomoda-me ter de rejeitar a oportunidade de talvez participar de sonhadas alterações nos rumos da nossa (?) política (?) desportiva. Mas não há como!

Relembro abaixo algumas das posições do ministério que deveria cuidar disso e que é, de alguma forma, o gestor do Conselho para, enfim, demonstrar o porquê da minha decisão. E só o faço aqui porque se trata de uma entidade pública, dedicada a decisões importantes, de interesse público, as quais, portanto, devem ser de conhecimento público. E este é um espaço público.
Há pouco mais de um mês, foi publicado o seguinte: “O ministro do Esporte, integrantes do Comitê de Gestão das Ações Governamentais para a Candidatura do Rio 2016 e representantes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) reúnem-se nesta quarta-feira (10/12/08), às 9h30, no Ministério do Planejamento, em Brasília, para ratificar o apoio do governo federal à candidatura da capital carioca aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

“Na ocasião, os representantes de 27 órgãos do Poder Executivo conversarão sobre os objetivos da candidatura e analisarão as garantias que o Brasil precisa oferecer ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para demonstrar que tem capacidade de realizar as Olimpíadas. Além disso, os participantes vão discutir a maximização dos legados que ficarão no país após a realização dos Jogos.”

Será que não está claro, para o ministério e o Conselho Nacional do Esporte, que esta candidatura só serve aos dissimulados interesses de alguns espertos senhores?

E segue: “O projeto Rio 2016 abrange 34 instalações esportivas, sendo 53% delas (18 instalações) já existentes, 26% (9 instalações) a serem construídas e 21% (7 instalações) temporárias. Como legado esportivo do evento, estão previstos ainda 33 centros de treinamento no Rio de Janeiro e 14 locais de aclimatação e treinamento em outros estados brasileiros. Entre eles, destaca-se o Centro Olímpico de Treinamento (COT), na cidade-sede, com infraestrutura de padrão internacional para o desenvolvimento de 22 esportes, que será referência na América do Sul”. Isso só pode ser brincadeira dos que venderam o tal do “legado” do Pan-Americano para os cariocas!
E mais: se analisarmos como é administrado o dinheiro público que o COB recebe, com o aval do Conselho Nacional do Esporte, veremos o que poderá acontecer caso a “tal” Olimpíada brasileira de 2016 aconteça.

De toda a dinheirama PÚBLICA que o COB recebe, muito pouco tem destino obrigatório. Uma parte ao desporto escolar e outra, menor, ao desporto universitário (de difíceis controles, como de resto).. Ou seja, o “alto rendimento”, ou coisa pior, fica com a maior fatia. Mais que isto: esse “alto rendimento”, ou coisa PIOR, através das Confederações, abocanha outros tantos milhões das estatais. Os Correios patrocinam a Confederação de Desportos Aquáticos (natação); a Petrobras, a de ginástica; a Eletrobrás, o basquete; o Banco do Brasil, o vôlei, e por aí vai.
Mesmo com toda a estratégia de bom relacionamento do Ministério do Esporte e do servil Conselho Nacional do Esporte, vejam como a recíproca não é verdadeira: “O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, alegou compromisso para abandonar a audiência pública no Senado, após breve apresentação, em Brasília. Na reunião, deveriam ser discutidos os resultados do Brasil na Olimpíada de Pequim e os recursos públicos ao esporte.
“A atitude de Nuzman, classificada de ‘incomum’ e ‘deselegante’, provocou mal-estar entre os senadores. Nuzman questionou o convite a Murray Neto aos membros da Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Ao ouvir a confirmação de que o colega, que põe em dúvida licitações e convênios da entidade, participaria da reunião, pediu que sua apresentação fosse logo a primeira.
“Os senadores ao serem informados por Nuzman de que ele teria de se ausentar devido a um ‘compromisso’ e que o COB responderia depois às questões dos pobres representantes do povo brasileiro, vários protestaram.” (Como se ingênuos fossem; o Estado é que deveria ser o gestor dessa coisa toda!)

Já o Conselho Nacional do Esporte deveria ser composto só de educadores e sanitaristas (e não por quem vive e enriquece nesse meio), pois aí sim o Estado brasileiro poderia utilizar o esporte como promotor de saúde e ferramenta fundamental para educar todo o nosso povo.

Da CBF, nem quero pensar!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Escritor argentino traça o perfil de Che como esportista

Nos seus curtos 39 anos de vida, Che praticou 26 esportes, como relata o escritor argentino Walter Vodopiviz, autor do livro 'Che e os Esportes'. Para Ariel Scher, outro escritor argentino, Che Guevara foi "o desportista asmático mais célebre da história", ainda que a sua fama "não proviesse nem do esporte, nem da asma".




80 anos após o seu nascimento e 40 depois da sua morte, não param de surgir histórias sobre Che Guevara. Relatos que o transportam do mito à realidade, que humanizam o ícone e o símbolo de uma geração. A relação estreita de Ernesto com o esporte (na infância, na adolescência e mesmo na fase de guerrilheiro) destapam-lhe uma face menos visível.
E foi esta ligação umbilical, esta paixão, que levou o escritor argentino Walter Vodopiviz à criação do livro 'Che e os Esportes'. O site português Maisfutebol conversou com o autor, que traçou uma resenha mais ampla sobre o esportista Ernesto Guevara.
”Ele não jogou apenas futebol. Nos primeiros anos de vida, nadava muito bem na piscina do Sierras Hotel, situado na província de Córdoba, para onde os pais iam com regularidade. E desde muito cedo se tornou um combatente. Não combatía inimigos nas selvas do Congo ou na Bolívia, mas sim uma asma que o acompanhou até a morte”, explica Walter Vodopiviz.
“Foi esse problema que o levou para a natação e o atirou para a baliza no futebol. Ele não podia jogar à frente pois cansava-se rapidamente.”

A obstinação de um lutador

Perante o ar subitamente irrespirável, Ernesto Guevara lutou. Tornou-se um nadador exímio, um goleiro muito razoável e descobriu um talento intrincado para o rúgbi. Nesta modalidade, representou oficialmente três clubes: o San Isidro, o Yporá e o Atalaya. “Ficou conhecido como o Furibundo Serna (sobrenome da mãe), pois era duríssimo”, lembra Walter Vodopiviz.
Mais tarde meteu na cabeça a escalada ao Monte Popocatépetl (5.425 metros de altitude) e não desistiu até tocar o cume.
“A sua principal característica enquanto homem do desporto era a obstinação. Podia não ser o mais talentoso, mas compensava essa limitação com a obsessão pelo triunfo. Quando decidiu jogar rúgbi, nem o amigo Alberto Granado acreditou ser possível e desafiou-o a saltar um muro, simulando uma placagem. Pois bem, o Ernesto não só saltou o muro como repetiu o gesto várias vezes. No final, quis placar o próprio Granado”, relata-nos, bem disposto, Vodopiviz.
“Mais tarde jogou beisebol em Praga, na República Checa e apaixonou-se por esse esporte. Quando chegou a Cuba, tornou-se um excelente executante da modalidade. E ainda em Córdoba, onde viveu grande parte da infância devido às recomendações médicas -- pois essa cidade tem um clima seco e é propícia aos doentes asmáticos - jogou golfe e tênis com o pai.”

Frente a frente com um mestre do xadrez

Não foi apenas nos esportes ao ar livre que Che Guevara se destacou. Segundo Walter Vodopiviz, também no xadrez mostrou “concentração e talento” assinaláveis. “Em pequeno, o mais complicado era encontrar um adversário à altura. Cresceu e disputou duas partidas (em Mar del Plata e em Havana) contra o mestre Miguel Najdorf, um dos melhores xadrezistas de todos os tempos.”
“Só não derrotou o Najdorf porque foi pouco paciente. Arriscou demasiado. No final do primeiro duelo, o campeão polaco até quis oferecer-lhe a mesa do jogo. Mas o Ernesto recusou. Considerou que só os vencedores tinham direito aos prêmios.”

Ernesto adorava o xadrez. “É um passatempo mas também um educador do raciocínio. Os países que têm grandes equipes de xadrezistas marcham também à frente do mundo em outras esferas mais importantes”, defendeu um dia o Che, depois de vencer o campeoníssimo cubano, Rogelio Ortega.

Granado: companheiro de sempre

A primeira viagem de Ernesto Che Guevara pela América Latina chegou a Hollywood pela mão do brasileiro Walter Salles. Na película, o realizador acompanha a expedição de Ernesto e Alberto Granado, inseparável camarada, na moto La Poderosa desde Buenos Aires até a península de Guajira, na Venezuela. A perda da inocência em mais de dez mil quilômetros.
Numa linguagem escorreita, Salles explora a evolução da consciência social e política que desabrocha em Ernesto, colocando num plano subalterno as experiências esportivas mantidas pelos dois colegas ao longo da travessia. E foram muitas, conforme explica Alberto Granado, num emocionante testemunho desde Havana, Cuba.
“Jogamos em Iquique, no norte do Chile, e no Hospital de San Pablo, para leprosos, no Peru. O dinheiro era cada vez mais curto e tínhamos de ser muito criativos. Mas a mais marcante de todas as experiências aconteceu na Amazónia, numa pequena cidade colombiana chamada Letícia”, recorda Alberto Granado.
Voz trémula, lucidez absoluta, a imponência de uma vida riquíssima a cada palavra proferida. “Chegámos à cidade e apresentamo-nos como treinadores de futebol. As pessoas eram humildes e acreditaram nas nossas credenciais. Como a equipe era fraquinha concordamos em jogar e treinar o Independiente Sporting Club. Era assim que se chamava o clube. Creio que já não existe.”

O pênalti nas mãos de Che

Ernesto, limitado pela asma, ocupou a posição de goleiro. “Era valente, metia a cabeça e as mãos em qualquer jogada.” Alberto tornou-se o goleador da equipe. “Chamavam-me Pedernerita, pois todos conheciam o Adolfo Pedernera, que na época era o astro do River Plate.”
A experiência em Letícia durou “alguns jogos, cinco ou seis” e terminou da melhor maneira. “Na final da competição marquei um gol e o Fuser [como Alberto tratava Ernesto] ainda defendeu um pênalti. A vitória valeu-nos dinheiro e alimentos necessários para chegarmos a Bogotá.”
Na capital da Colômbia, conheceram Alfredo Di Stéfano, um dos maiores jogadores de todos os tempos. ''Lembro-me que tudo aconteceu num restaurante. Vimo-lo e não resistimos a conversar com ele. Era uma simpatia. Deu-nos dois bilhetes para o amistoso entre o Milionários e o Real Madrid.''

Ministro sim, mas nunca na baliza

Alberto Granado ficou mais de dez anos sem ver o amigo Ernesto. “Fui viver para Cuba. Reencontramo-nos em Havana e vi-o pela última vez num jogo de futebol”. Che era, na época, ministro da Economia de Cuba, num governo presidido por Fidel castro.
“Fizemos um jogo contra uns universitários. O Fuser era ministro mas no gol comportava-se como um goleiro doido. Logo no princípio saiu-se aos pés de um espanhol chamado Arias e deixou todos espantados. Era muito competitivo.”Ernesto Guevara era adepto do Rosario Central e do Sportivo Alta Gracia. O jogador que mais admirava, além de Di Stéfano, chamava-se Ernesto Chueco García, o “poeta da canhota”.

Madureira: time brasileiro prestigiado

O Madureira Atlético Clube, tradicional agremiação esportiva do subúrbio do Rio de Janeiro foi protagonista de um histórico episódio envolvendo Che Guevara. Em maio de 1963, dois anos depois de Che ter sido condecorado em Brasília pelo então presidente Jânio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul, o time carioca disputou cinco jogos em Cuba, vencendo quase todos por goleada: 5 X 2 contra o Industriales, campeão local, 6 X 1 no Municipalidad de Morrón, da Província de Camagüey, 11 X 1 num combinado universitário e 1 X 0 e 3 X 2 em duas partidas contra uma seleção de Havana.

No segundo desses últimos dois jogos, em 18 de maio de 1963, Che compareceu ao estádio vestindo um uniforme verde-oliva do Exército cubano. Depois da partida, entrou em campo e saudou todos os jogadores, um por um. Membros da delegação do Madureira lembram que o encontro com Che Guevara foi extremamente amigável. Ele foi carinhoso e até distribuiu flâmulas. Depois visitou os jogadores no hotel.

Além de Cuba, o Madureira se apresentou na Colômbia, Costa Rica, El Salvador e México. A excursão foi acertada por José da Gama Correia da Silva, o “Zé da Gama”, português que presidiu o Madureira no biênio 1959/1960 e também atuou como empresário de futebol. Antes, em 1961, o Madureira havia se tornado o primeiro clube de futebol do Brasil a dar uma volta ao mundo.

Mas Che não gostava só de futebol. Em seu livro ''Che, Periodista-Deportista, Pasión y Aventura'', o jornalista argentino Hernán Santos Nicolini afirma que Guevara chegou a praticar 26 esportes. ''Foi o esportista asmático mais célebre da história, ainda que sua notoriedade não proviesse nem do esporte e nem da asma'', escreveu por sua vez o colega Ariel Scher, no livro ''La Pátria Desportista'', no qual dedica um capítulo inteiro ao Guevara esportista.

Time argentino homenageia Guevara

Jesus Maria não passa de um humilde lugarejo, 50 quilômetros a norte da cidade de Córdoba, Argentina. O luxo e a ostentação não fazem parte do vocabulário das suas gentes, habituadas às dificuldades de uma arreliadora ruralidade ancestral. Uma ruralidade que castra um povo desconhecedor do significado da palavra ''ambição''.

Cansada de tantas queixas, uma mulher ergueu-se e decidiu homenagear os valores que sempre nortearam a figura que mais admira. “Ainda e sempre Ernesto Che Guevara”, confidencia Monica Nielsen, co-fundadora e presidente do Clube Social, Atlético e Desportivo Ernesto Che Guevara, fundado em 14 de Dezembro de 2006.O nome não deixa margem para dúvidas. Este é um clube especial, sustentado no clamor imortalizado do Hasta la victoria, siempre!. “É a maior homenagem que poderia prestar ao Comandante. Fundamos um clube com o seu nome e em sua memória. Competimos na Liga Regional de Cólon e todos os nossos símbolos estão-lhe associados. Respiramos e inspiramo-nos na obra deixada pelo Che.”

40 atletas, um único espírito

Inquietudes convergentes conseguiram o que nunca outros sequer sonharam ousar. Transportar a imagem do médico, guerrilheiro, humanista de Che e passar a sua mensagem dentro dos campos de futebol. Os apoios estatais não existem e é com devoção que Monica Nielsen e restante direção mantêm de pé o Deportivo Che Guevara.
“Somos uma entidade completamente legalizada e juridicamente imaculada. Temos mais de 40 atletas a praticar futebol em dois escalões, mas ainda esperamos que nos cedam um campo. Só a boa vontade da Juventude Agrária de Colon nos permite ter algo parecido com uma sede. São muitas dificuldades”, desabafa Monica Nielsen, “emocionada” por falar pela primeira vez desta obra “a alguém do outro lado do oceano”.
“A minha vida, como a vida de todos os elementos da nossa direção, está definida pelas convicções de Ernesto Guevara. A solidariedade, os valores de partilha e de igualdade. É isso que pretendemos passar aos nossos atletas. É isso que queremos transpor para os jogos de futebol. O Che era um apaixonado por este desporto e, onde quer que esteja, deve sentir-se orgulhoso pela nossa obra.”

10 pesos mensais para homenagear o Che

No clube todos os atletas pagam 10 pesos mensalmente. Servem para liquidar o policiamento aos jogos, o arrendamento do campo e as despesas com a arbitragem. Não, não se trata de qualquer ato ilícito. Na Liga Regional de Colón cada uma das equipas é responsável pelo pagamento de uma determinada quantia à polícia e aos árbitros sempre que assume a condição de visitado.
“Tudo vale a pena quando a fé não é pequena. O Che seria a única pessoa que seguiria, se ainda estivesse vivo. Se conduzirmos a juventude, modelamos o futuro, como ele muitas vezes dizia. É isso que pretendemos fazer também com o nosso clube”, vinca Monica Nielsen.
“Todos os nossos jogadores se identificam com os ideais Guevaristas. São ideais puros, mas irreverentes. É esse também o nosso comportamento em campo. Somos de uma correção inabalável, mas adoramos vencer.”
Nas camisetas, no emblema, na alma, o mesmo símbolo: a inconfundível expressão, a barba farta, a boina negra. Ernesto Che Guevara vive em Jesus Maria e nos campinhos da Liga Regional de Cólon.
Fontes: MaisFutebol e Blog o Nilo DiasPara ler a série Che Desportista na íntegra, acesse: http://www.maisfutebol.iol.pt

Retirado do site www.vermelho.org.br

segunda-feira, 8 de junho de 2009

0 a 0 Mas o Jogo Foi Bom.

Em tarde inspirada dos goleiros Eduardo Martini e Denis, Avaí e São Paulo fizeram uma partida cheia de alternativas e empataram por 0 a 0.


Zé Luis e Marlos disputam jogada com jogador do Avaí.

Avaí e São Paulo fizeram na tarde deste domingo, em Florianópolis, um daqueles jogos cujo placar não diz a realidade sobre a partida. Apesar do resultado em 0 a 0 os dois times apresentaram um bom futebol. Ambas as equipes tiveram muitas oportunidades de gol, a bola só não entrou porque os arqueiros estavam em tarde inspirada.

Para Muricy Ramalho, técnico do São Paulo, apesar do resultado o jogo foi bom.
“Pelo que as duas equipes apresentaram, foi injusto a partida ter acabo em 0 a 0. Tenho certeza de que quem veio ao estádio gostou, foi um jogo aberto, bonito, veloz, com chances para os dois lados. Os dois goleiros trabalharam demais, acredito que era jogo para 2 a 2 ou 3 a 3”, disse o comandante São-Paulino. Muricy ainda lamentou a ausência do volante Eduardo Costa.

Pelos lados do São Paulo um acontecimento que nos últimos tempos não tem sido novidade ocorreu novamente. Como fez Borges a algumas partidas, o atacante Waschington sai reclamando após ser substituído aos 5 minutos do segundo tempo. O camisa 9 que deu lugar ao 25 Dagoberto, seguiu para o banco de reservas onde continuou reclamando e soltando palavrões. As informações são do globoesporte.com.

A atitude de Waschington foi a gota d‘ água. Segundo Cosme Rimoli, Muricy passará a punir jogadores que tiverem atitudes como teve Waschington e Borges. A punição, banco de reservas ou em casos extremos, o jogador “insubordinado” se quer será relacionado para os jogos. A medida visa estabelecer ordem no elenco.

Dagoberto que não tinha nada a ver com as queixas de seu companheiro entrou e levou mais perigo ao Avaí do que o reclamante Waschington.

O resultado da partida, válido pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro não foi interessante a nenhuma das equipes. O caçula na Série A, Avaí, continua sem conseguir a primeira vitória na competição e segue na 17° posição, uma acima da zona do rebaixamento. Já o Tricolor Paulista chegou aos seis pontos e é apenas o 11° na tabela.

No próximo final de semana o São Paulo receberá o Santo André no Morumbi, o jogo será sábado. Já o Avaí vai a Barueri enfrentar o Grêmio Barueri no domingo.

Muricy entrou em campo com a formação 4-4-2, o recém contratado, Jean, estreou na zaga ao lado de André Dias, um dos melhores em campo. Hernanes, provavelmente beneficiado pela ausência do Volante Eduardo Costa, que está machucado, entrou como titular e teve uma atuação média.

No inicio a equipe de Florianópolis, fazendo valer o fato de estar jogando em casa, partiu pra cima do São Paulo e exigiu boas defesas do goleiro São Paulino. Percebendo a deficiência do São Paulo na defesa, Muricy Ramalho modificou o modo de seu time jogar. Colocou Richarlyson na zaga pelo lado esquerdo e liberou André Dias para atuar como líbero. Agora a equipe atuava no 3-5-2, posteriormente, com a entrada de Jorge Wagner e Dagoberto o time voltou ao 4-4-2.
“Em uma das jogadas mais perigosas, Richarlyson salvou o São Paulo cortando um chute potente do avaiano Lima”.

Apesar das inúmeras oportunidades, mais claras para o São Paulo, que chegou a acertar o travessão do goleiro Eduardo Martini, que em outra oportunidade fez dois milagres, um com o peito e outro com a cabeça, a partida terminou em 0 a 0. As duas equipes saíram lamentando o resultado.

Nas arquibancadas do estádio da Ressacada, Gustavo Kurtein – Guga – fã do Avaí assistiu a partida. Também não contente com o resultado, saiu do jogo com cara de ressaca.

Por, Gutemberg M. Tavares.

Denis: Personalidade e Segurança na Meta Tricolor

“Ele não solta a bola, é ágil e muito seguro. Estamos com um ótimo goleiro para o futuro”. Disse o comandante do São Paulo após o empate em 0 a 0 diante do Avaí.

Denis, 21 anos e a cinco partidas goleiro titular do São Paulo
Contratado no início do ano junto a Ponte Preta Denis de 21 anos, vem transformando suas palavras em realidade. "É o momento mais importante da minha carreira e vou aproveitar tudo o que o clube me oferece e a experiência do Rogério e do Bosco para crescer, quero mostrar que o São Paulo fez uma aposta certa". Disse o atleta ao apresentar-se em janeiro para ser o terceiro goleiro do São Paulo.

Nem mesmo os mais dotados do “dom” da premunição, diriam em janeiro de 2009 que tanto o titular Rogério Ceni como o reserva imediato Bosco, ambos a frente de Denis na linha de sucessão da meta tricolor, se machucariam e que o recém chegado teria as oportunidades que vem tendo.

Conspirações a favor, a parte, fato é que o camisa 24, que teve seu melhor momento defendendo a meta da Ponte Preta nos campeonatos Paulista e Brasileiro de 2007, ao menos para Muricy Ramalho, vem se mostrando um ótimo goleiro.

Após o empate em 0 a 0 diante do Avaí, em que Denis fez ao menos 4 boas defesas, Muricy elogiou o atleta
, “dos cinco jogos que ele fez cinco foram fora de casa, isso mostra a personalidade que ele tem” .

Denis participou dos últimos 5 jogos do São Paulo, e está a três partidas pelo brasileiro sem levar gols. Contente por terminar mais uma partida sem buscar a bola no fundo do gol deu a seguinte declaração, “estou muito feliz por poder ajudar o time mais uma vez, especialmente sem sofrer gols, é muito difícil aparecer oportunidades para goleiros, quando você tem que estar sempre preparado”.

Como Bosco ainda se recupera de lesão no joelho, e Rogério Ceni, que fraturou o menisco só deve voltar em Setembro ou Outubro, Denis será o provável goleiro titular no jogo em que o São Paulo decidirá sua permanência na Copa Libertadores da América deste ano. O jogo acontecerá no próximo dia 18 contra a equipe do Cruzeiro no Morumbi.

Com tão boas atuações, a torcida São-Paulina ao menos no quesito futuro, está tranqüila. Denis por sua vez terá que esperar.

Rogério Ceni, 36 anos, que se recupera da primeira grave lesão da carreira ainda deve prolongar sua jornada por mais alguns anos. No entanto o jovem goleiro tem no próprio Rogério Ceni uma boa fonte de inspiração, se tiver paciência poderá seguir os passos do capitão tricolor, que por muitos anos amargou a reserva do ex-goleiro Zeti, mas que desde sua saída assumiu a meta do tricolor como titular e até hoje, não fosse lesão sofrida no último período, seria o goleiro titular.

Por,
Gutemberg M. Tavares