quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Museu do Futebol: o engodo

amigos, aí vai um texto que recebi(zau) em email e cabem créditos à Claudio Yida Jr. Tratem de conferir.

Museu do Futebol: o engodo

A prudência indicaria uma visita antes de qualquer palavra sobre o Museu do Futebol, inaugurado nesta semana no Estádio do Pacaembu – sempre é necessário dizer, a casa do Corinthians. Mas como prudência e futebol são coisas que raramente se misturam, às favas com a visita. Esse museu nada mais é do que um engodo. E digo isso levando em conta aqueles que foram os responsáveis pela sua criação.
Primeiramente, eis aí a Fundação Roberto Marinho. Sim, o braço responsável pelo caixa 2da Rede Globo colocou seu dinheiro para agradar dirigentes de clubes, CBF e a mídia esportiva em geral. Com isso, manteve o controle das rédeas sobre as transmissões futebolísticas mais relevantes, deu um cala boca nos concorrentes, lembrou o Ricardo Teixeira de que não há CBF sem a Vênus Platinada e armou o esquema para monopolizar toda a verba publicitária destinada à famigerada Copa 2014.
Logo em seguida aparece o Governo do Estado. E aí não dá para esquecer que é o mesmo governo que age em favor dos abastados e está cagando para o povo e suas tradições. São os responsáveis pela cratera no metrô e os contratos suspeitos com a Alstom, o não-cumprimento do piso salarial determinado pelo governo federal para professores e outrastramóias tucanas que jornalistas costumam não ver.
Finalmente, lá está a Prefeitura do prefeito tampão e repressor. As características usadas para descrever o governo estadual são as mesmas para a administração municipal. Afinal de contas, foi dado um golpe – bancado pela classe "de" média paulista, diga-se – para ficarmos na mão de uma mesma pessoa tanto no Palácio dos Bandeirantes quanto no Edifício Matarazzo.
Há, ainda, empresas nesse rolo, mais interessadas em agregar valor à marca e conseguir uma isençãozinha de imposto do que patrocinar decentemente o esporte mais popular do mundo.
Feito o intróito, vamos aos fatos. A fachada do mais belo estádio do país foi "presenteado" com portas de ferro, no estilo das lojas da 25 de março. Um horror. Ainda há resquícios da obra, como restos do muro que foi levantado ali no ano passado. Aproveitando a deixa, digo que a reforma no Pacaembu foi uma das coisas mais mal-feitas do mundo. A pintura já descasca e a escada lateral ainda não está finalizada – existe um vão na lateral de quase dois metros de altura e não há corrimão acompanhando os degraus.
Lá dentro, a alta tecnologia dá o tom. Vendo as reportagens sobre o museu, todas elas destacam o caráter multimídia da coisa, seja lá o que isso signifique. Esquecem, porém, do essencial no futebol e na vida: as histórias, principalmente as que nos fazem chorar.
Anexo ao museu está um bar. Ou, como está na matéria do site da Globo, "uma choperia, que promete se tornar rapidamente um point dos apreciadores de um bom chope". Point? OPacaembu é coisa séria, meus caros. E o futebol é muito mais do que isso. Vale dizer que o tal bar não abrirá em dias de jogos – talvez porque tem muito "povo", e esses caras não gostam do "povo" – e provavelmente só servirá aos endinheirados do bairro e os playboys da FAAP. Um nojo.
Esse é, portanto, mais um passo dado em direção da modernização. Tudo muito bem calculado, preparando o terreno para a Copa 2014. Que será, insisto, a morte do futebol brasileiro.

Museu do Futebol: o engodo II

Em 03 de outubro, falei por aqui sobre o Museu do Futebol inaugurado sob as sagradas arquibancadas do Pacaembu. Tratei a obra com muito desdém, já que ela tinha idealizadores para lá de suspeitos, além de seguir preceitos pouco nobres, como a modernização do esporte. O prudente amigo Fernando Cesarotti, responsável jornalista que é, alertou nos comentários: "Porra, japonês, vá lá ver primeiro, também não precisa entrar de sola com todas as pedras na mão". Seguindo o conselho dele, fui lá no último domingo. E achei uma pena que a visita não serviu corroborar as palavras do Cesarotti.
Em linhas gerais, é um museu muito bem equipado, todo cheio de parafernálias tecnológicas e até um bom acervo, principalmente no que diz respeito ao audiovisual. O problema é que a coisa não vai muito além e traz poucas novidades. Mais (ou menos) do que isso, apesar de estar no Templo Sagrado da bola, o Museu do Futebol pouco inspira paixões.
Vou apegar-me à única coisa que me chamou atenção. Logo após o salão do primeiro andar, há uma escadaria e alguns telões que ficam bem embaixo de onde montam guarda osGaviões da Fiel. Coincidentemente, esses telões prestam homenagem às torcidas organizadas do país, mostrando cantos e as festas nas arquibancadas. Existe inclusive uma espécie de duelo entre os principais rivais que ficou muito interessante. É possível passar um bom tempo apreciando as imagens, apesar do cheiro insuportável de mofo, uma vez que as estruturas foram montadas aproveitando as vigas do estádio e sobre o barranco que cai da Rua Itápolis.
Sendo repetitivo, assim como é esse museu, a visita só vale a pena por conta dessa área das torcidas e dos vídeos e sons disponibilizados. Para quem conhece um pouco mais das histórias do futebol, já antecipo: erros de informação serão encontrados em número relativamente elevado. Também se fala muito pouco sobre o estádio que o abriga, apesar das milhares de histórias maravilhosas que possui a Casa da Fiel. Portanto, fica a dica: vá durante a semana (em férias, obviamente), porque a lotação aos sábados e domingos é elevada e você não aproveita aquilo que o museu tem de melhor.
Não dá para finalizar esse texto sem mencionar o trágico bar que fica ao lado, denominado "O Torcedor". Cheio de bichices totalmente alheias ao futebol, ele só se salva por conta do entorno. Afinal de contas, é fantástico poder sentar à beira da Praça Charles Miller e ao lado do Pacaembu para tomar um chopp (Brahma, apenas correto, a R$4,20). Pedi, inclusive, um hambúrguer para ajudar o figueiredo na digestão, depois de ter constatado o maior erro desse bar: como se chamar "O Torcedor" se você não tem sanduíche de pernil no cardápio?
Roteiro completo percorrido, o veredicto continua o mesmo. O Museu do Futebol e sua estrutura complementar é muito menos do que tentaram mostrar. Além de ter prejudicado toda a fachada do Pacaembu com suas portas de ferro à la 25 de Março, ele pode ser o responsável por alimentar uma geração de alienados que preferem uma camisa do Manchester ao manto do Juventus da Mooca. A quem for e gostar, perdão, mas eu continuo achando aquela merda um engodo.

postado por Zau

sábado, 13 de dezembro de 2008

Ato contra a morte de Nilton César de Jesus

Domingo deveria ter sido um dia de festa: um clube brasileiro pela primeira vez se tornava tricampeão nacional de forma consecutiva.

Mas o que deveria ser amplamente comemorado como o sucesso de uma nova fórmula de campeonato no Brasil acabou se transformando na repetição de algo que o país se acostumou a assistir desde há muito, algo que rememora os anos de chumbo da ditadura: o assassinato de um torcedor já rendido por um policial que, ao tentar abusar do poder pela sociedade nele investido com uma coronhada absolutamente desnecessária, atirou contra a cabeça da vítima.


O caso, como tantos outros, foi notícia por todos o país. Serviu, como sempre, pra chocar de uma forma paralisante. Quatro dias depois, Nilton César de Jesus, 26 anos, o torcedor baleado, faleceu no hospital no Distrito Federal, enquanto , o policial autor do disparo, recebeu o bônus do habeas corpus ao ser enquadrado por "lesão corporal grave".



Qualquer um que viu o vídeo do tiro pode perceber que a imprudência do policial claramente qualificaria seu ato como "homicídio culposo", ata sem a intenção de matar, mas que acabou matando. Mas a força política da corporação policial é grande, e o assassino está - e muito provavelmente continuará por longo tempo - solto.

O caso, infelizmente, não é único. No mesmo dia, outro torcedor foi morto a tiros na zona leste de São Paulo durante as comemorações do título. E tantos outros já morreram em tantos jogos pela história de nosso futebol.

A violência, entretanto, não é exclusiva do esporte, está em todo lado. Violência que começa quando a relação social mais comum entre duas pessoas é a de comando, de hierarquia, de força, algo que se transforma em risco de morte quando entram em ação armas de fogo.

No futebol, onde a aglomeração de pessoas por partida é enorme, tal violência se instaura com ainda mais facilidade quando se assiste uma militarização crescente de tudo que envolve o jogo: torcida impedida de levar faixas, preços de alimentos absurdos, ingressos falsos a torto e a direito, polícia que humilha e trata o torcedor enquanto bandido. E que entra em campo e leva jogador preso, como se viu no Recife por mais de uma vez em 2008, e que atira em torcedor desarmado e já rendido, como Nilton. Isso sem falar que o comandante da arbitragem paulista é um coronel da polícia.




Na Itália, a morte do torcedor da Lazio Gabrielle Sandri, em episódio bastante parecido com este de Brasília, causou revolta nos torcedores de todas as equipes do calcio, inclusive da rival Roma. Jogos foram paralisados e adiados ante a ameaça de invasão por parte das torcidas, em ação de protesto pelo assassinato sem sentido. O caso levou tanto o poder público quanto a federação de futebol de lá a ao menos parar para repensar as relações de força.

Aqui, no país pentacampeão do mundo, já tivemos, enquanto torcedores, inúmeras possibilidades de agir da mesma forma, e as desperdiçamos. Pensando nisso é que o Autônomos FC, equipe amadora de futebol de várzea, convoca os torcedores de todas as equipes a comparecerem com suas respectivas camisas a um ato em repúdio à violência policial e à militarização do futebol, domingo, 14/12, com concentração saindo da frente do cemitério das Clínicas e partindo para a Praça Charles Miller, onde acontecerá uma partida de futebol espontânea e livre em protesto à tentativa de controle de nossos corpos e mentes nos estádios do país e em memória de Nilton e de todos os torcedores mortos de maneira estúpida pela corporação policial.












Futebol é um lugar de festa. E festa não combina com botas, fuzis e capacetes, nem com proibições arbitrárias como as que perpetram nos estádios paulistas.

Em nome de todos os torcedores que querem um futebol mais democrático.

postado por Zau, mais um jogador do Autônomos, em busca de um pingo de democracia, real e intransigente.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

VAI COMEÇAR A RONALDOMANIA


nãeo se preocupe, amigo, os gols vão constaaaar... o Ronaldinho, acabou de chegar!!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

É, infelizmente, futebóu, pô!

Em 2008 foram incontáveis as vezes que seo Muricy Ramalho, em coletivas, demonstrou todo seu aborrecimento com a imprensa esportiva – to contigo Muricy! Assim, sem vontade, cansou de justificar as atuações mecânicas do tricolor dizendo: “é futebol, pô!”
Frase que quase nada quer dizer.

Méritos à imprensa. Perguntas que nada quer dizer só pode esperar respostas de tamanho nível.

Mas como isso é discussão pra outras bistequinhas e biritas, vamos falar desse, já característico, 3-5-2 tricolor. Tricampeão do Brasil, da América e do Mundo.

Em 2004, com a chegada do técnico Cuca, o tricolor passou a investir em nomes menos requisitados, mas qualificados. Jogadores como Fabão, Danilo e Grafite, chegaram do Goiás de 2003, treinado por Cuca. Além deles, chegaram, também em 2004, nomes como Rodrigo, Cicinho e Junior. Assim formava-se a base do time campeão da Libertadores de 2005: Ceni; Fabão, Lugano e Alex; Cicinho, Josué, Mineiro e Junior; Danilo; Luizão e Amoroso. Cuca já cultivava o forte 3-5-2, formando uma linha de zagueiros com Rodrigo, Lugano e Fabão. Explorava a velocidade de Cicinho e a qualidade na organização de Danilo.

Mesmo formando um time que buscava manejar bem a bola, Cuca foi demitido em mais uma desanimada noite de Morumbi. Diante da amargura de tão só 2.100 torcedores, Cuca deixou o comando tricolor após derrota de 3 – 2 para o Coritiba.

Para seu lugar chegou Emerson Leão e, enfim, o tricolor começou a ganhar jogos na medida em que a torcida esperava. Em 18 partidas foram 11 vitórias e 4 empates, com destaque para as goleadas de 7 – 0, 0 – 5, e 5 – 2 diante de Paysandu, Atlético-Mg e Botafogo, respectivamente. Estava consolidado o 3-5-2 pelas bandas do Morumbi. Rodrigo, Lugano e Fabão compõe a defesa. Cicinho e Júnior aliam juventude e experiência, força física e qualidade técnica. Na armação, Danilo dá conta do recado, apesar de nunca ter tido o reconhecimento da torcida. Grafite anotava os seus e Tardelli deixava a torcida com um pé atrás, mas seguia deixando os seus. O foco do investimento para a disputa da Libertadores estava claro: volantes e atacantes.

Já incorporados ao elenco de 2005, Josué e Mineiro começavam a se destacar logo no começo da temporada com a conquista do Campeonato Paulista. Luizão, se recuperando de lesão, vinha cavando um lugar no time de Leão. O 3-5-2 estava mais forte do que nunca, e fazia escola no Brasil. Ceni; Rodrigo, Lugano e Fabão; Cicinho, Josué, Mineiro e Junior; Danilo; Tardelli e Grafite.

Propostas vai, propostas vem... quem tem sentimento guarda algo que nem com mastercard, quem não tem guarda – ou não – apenas umas verdinhas.

Leão foi ao Japão.

Autuori veio ao Tricolor.

O novo treinador, sábio como só ele, obviamente não meteu o dedo em nada. Quer dizer, mais que isso, sacou das mangas uma alternativa ao ainda não confiável ataque tricolor. Luizão e Amoroso agora reeditavam a dupla bugrina semifinalista do Brasileiro de 1994. Além das mudanças no ataque, Autuori foi obrigado a mexer no sistema defensivo pois Rodrigo havia sido vendido. Alex tornou-se o titular.

Campeão da Libertadores e do Mundial, em cima do Liverpool, com gol de Mineiro, o time de Paulo Autuori passou por um ano sensacional, contabilizando também goleadas de 1 – 5 e 1 – 6 sobre Corinthians e Flamengo, respectivamente. Porém, após o título para japonês ver, Paulo Autuori ficou na terra do sol nascente. Portugal Gouvêa pensava em um novo nome para o cargo, eis que surge o de Muricy Ramalho, atual vice-campeão brasileiro.

Não gostaria de deixar passar que foi o Autuori quem primeiro escalou Hernanes no profissional, já em 2005.

Da base campeã da América em 2005, Muricy não contava com Alex, Cicinho, Amoroso e Luizão. Em compensação, chegou a dupla de ataque do furacão, Aloísio e Lima, além de Leandro, Alex Dias e Ricardo Oliveira. Edcarlos e André Dias(mais um ex-Goiás) incorporaram o sistema defensivo. Assim estava formado o tricolor campeão Brasileiro de 2006, forte em todos os setores. Na final da Libertadores com: Ceni; Edcarlos, Lugano e Fabão; Souza, Josué, Mineiro e Junior; Danilo; Leandro e Oliveira. A base do Brasileiro com: Ceni; Fabão, Miranda e André Dias; Ilsinho, Josué, Mineiro, Junior; Danilo; Leandro e Aloísio. O time ainda contava com Alex Silva, Lenilson, Ribeiro, Alex Dias, Richarlyson e o polivalente Souza, peça fundamental dessa conquista.

O vice no Paulista e na Libertadores foram compensados com o título nacional, conquistado com duas rodadas de antecedência.

2007 começou e o tricolor não tinha mais Fabão, um dos poucos remanescentes da Libertadores 2005. Em contrapartida, Miranda, Alex Silva e Breno se destacavam. Mineiro e Josué embarcavam para a Europa, enquanto Hernanes ganhava seu espaço. Jorge Wagner, Borges, Richarlyson, Hugo e Dagoberto foram as principais contratações da temporada. O 3-5-2 permanecia inabalável: Ceni; Miranda, Breno(André Dias) e Alex Silva; Souza, Hernanes, Rick e Jorge Wagner; Dagoberto, Leandro e Aloísio. Desta vez, 4 rodadas de desfile ao SPFW.

Infelizmente, 2008 é isso que vemos hoje. Um time limitado na hora de jogar, mas fortíssimo em seu esquema tático, guiado à 3 anos pelo mesmo treinador. Um time que sabe se defender como nos outros anos, e que só conseguiu ganhar um alento quando encontrou a dupla de volantes, qualificada ao nível de Mineiro e Josué, e o camisa 10, que não é nada de encher os olhos, mas suficiente para um campeonato onde Flamengo e Palmeiras venderam o título no decorrer do campeonato. Hernanes, Jean e Hugo deram alternativas de jogo para o São Paulo que dependia muito das bolas paradas de Jorge Wagner para conquistar os 3 pontos.

O time que não se propôs a jogar o ano inteiro, encontrou-se na metade do nacional. Tarde para tudo. Restava jogar o futebóu de Muricy e tirar a vantagem do líder e limitado Grêmio.
Um ano e meio depois, o São Paulo desconta a eliminação na Libertadores 2007. Um ano e meio depois, o Grêmio é vice denovo.

Tudo começou com o Cuca e a merda do Goiás, vamos aprender... vamos aprender...


ps. me desculpem pelos error gramaticais, esta tarde e o assunto é chatíssimo.
e essa semana trarei uma análise jogo-a-jogo da campanha do SP, vamos ver o que dá para aproveitar.

zau

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Por Gutemberg M. Tavares

Cobertura Esportiva no Rádio.
A televisão trouxe muita comodidade e a mágica das imagens, mas jamais terá o charme, a mobilidade, e a emoção proporcionada pelo rádio.

A história do rádio brasileiro no tangente a cobertura esportiva, mais especificamente futebol, é sinônimo de qualidade, alegria e emoção, seus personagens merecem admiração.

A começar por João Alves Jobin Saldanha, ou simplesmente João Saldanha, filiado ao Partido Comunista era polemico, foi radialista esportivo, técnico do Botafogo e da Seleção Brasileira. João Havelange o teria idicado, objetivando uma trégua com os jornalistas brasileiros, pois com Saldanha no comando da seleção, as críticas da imprensa diminuiriam.

Nos primeiros seis jogos, 100% de aproveitamento, mas devido a seu temperamento intempestivo e a supostas contradições ao então presidente Garrastazu Médici, Saldanha foi demitido e voltou a exercer a profissão de radialista esportivo. “Quem escala a seleção sou eu, quando o presidente escalou o seu ministério ele não pediu a minha opinião”, teria dito Saldanha, que enquanto radislista sempre criticava, jogadores, técnicos e clubes de futebol.

“Abrem-se as cortinas do espetáculo.”
Era assim que Fiori Gigliotti, uma das maiores lendas do rádio esportivo brasileiro, se não a maior, iniciava a transmissão dos jogos de futebol. Durante sua brilhante carreira participou de ao menos dez copas do mundo, era dono de um estilo único, falava do futebol de forma romântica.

“Fecham-se as cortinas.”

Em 08 de junho de 2006, às vésperas de mais uma Copa do Mundo Fiori faleceu, deixando um legado inestimável para o rádio brasileiro, e para àqueles que assim como eu pretendem seguir os caminhos da imprensa esportiva, inspiração.

Em homenagem a Fiori, Galvão Bueno iniciou a transmissão do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2006, fazendo uso da célebre frase imortalizada por Gigliotti, "abrem-se as cortinas e começa o espetáculo", o Brasil venceu a Croácia por 1 a 0.

Outro grande locutor esportivo foi Osmar Santos, que infelizmente teve sua carreira interrompida em 1994, após um acidente de carro que afetou seu principal dom, a Voz.

Osmar Santos é dono de diversos bordões que estão estabelecidos no futebol até hoje, um dos mais famosos é o apelido de “Animal”, dado a Edmundo, ídolo do Palmeiras e Vasco, outros como “Garotinho”“Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha” e um dos gols mais inesquecíveis do futebol "E que GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL”.

A lista com nomes de figuras importantes para o rádio esportivo brasileiro é enorme, só não maior que suas biografias, o que o leitor viu acima, nada mais é que uma fagulha, diante da imensa contribuição desses três mestres citados.

Não sou hipócrita ao ponto de dizer que trocaria uma transmissão do jogo de meu time na TV por uma de rádio, contudo não me queixo de maneira nenhuma quando o jogo de meu time é transmitido pelo rádio. No rádio você não vê nada do que está acontecendo, somente escuta um narrador ensandecido que não pára de falar um minuto, as pessoas tem medo daquilo que elas não podem ver, assim, o rádio leva as pessoas ao máximo de suas emoções.

Saindo um pouco das transmissões das partidas, gostaria de dar uma breve passagem pelos programas de debate sobre futebol. Em meio a baixa qualidade, excesso de propaganda e sensacinalismo encontrados nos programas de debate esportivo na TV aberta – Debate Bola – Mesa Redonda – Jogo Aberto, uma boa opção é acompanhar os programas esportivos pelo rádio.


Estádio 97

Dentre vários existentes, destaco o Estádio 97, transmitido pela Energia 97 FM, trata-se de um ótimo programa esportivo, pautado pelo bom humor, informação e gozações diversas. Mesmo com todo esse caráter cômico, o programa aborda assuntos sérios, como os bastidores do futebol, e vez enquando, coloca no ar alguns cartolas, cobrando-lhes explicações sobre diversos acontecimentos.

O ouvinte tem direito a dar opinião, participar empiracamente do programa, como “Estranho no Ninho”, o que torna o Estádio 97 mais democrátrico. O Estádio 97 serve como um divisor de águas no rádio esportivo brasileiro, cada time de São Paulo tem um representante, que da notícias de sua agremiação e defende seu time das gozações dos outros integrantes.

Fazem parte do time do Estádio 97: Sombra, não um chefe, mas líder da turma, São Paulino, logo pessoa de bom gosto e inteligente – Benja, representante da elite, também conhecido como GPS Man, Corinthiano, esse cara é engraçado, principalmente quando imita o Barbosa, é cheio de amigos influentes – Mano, vulgo menino do Benja, descontrolado e dono de opiniões nada comuns, também Corinthiano, luta pra ser odiado, mas so consegue ser admirado – Portuga, mais conhecido por ser dominado pela esposa, e imitador oficial do Estádio, sua imitação do técnico Luxemburgo é muito boa, torcedor da Lusa – RG 02, apelido dado por ser tão velho que é dono do RG02, o primeiro é de Jesus Cristo RG01, Santista, é o representante da velha guarda no programa – Domênico, O Gato, este é um fanático Palmeirense, dono de uma voz marcante e inconfundível, tem vasta experiência no rádio, são aproximadamente 20 anos.
Mano, RG, Benja, Sombra, Portuga e o Bá.
Ao fundo um verdadeiro "estranho".

Fazem parte ainda o repórter Mota, e integrantes da produção, Bá e Bento, vozes menos ouvidas, mas com fundamental importância. Outro aspecto interessante do programa é o seu DJ, mais conhecido como Broca Fumegante, é isso mesmo, Broca Fumegante, responsável pela trilha sonora do Estádio 97.

O Estádio não está livre do “merchan”, contudo o faz de maneira inovadora, não há intervalos comerciais no programa, os anúncios são feitos pelos próprios integrantes, nesse quesito quem mais se destaca é Benjamim, dada sua influência comercial e sua dacilidade de comunicação, é quase um: “milton neves do rádio”.

Quem quiser conhecer melhor, é só sintonisar em 97,7 FM, Energia 97 das 18h às 20h30, ou acessem o youtube e procurem por Estádio 97 no programa do Jô.

Pra quem gosta de futebol, mas acima de tudo gosta de rir, recomendo o Estádio 97.
Gutemberg Mendes Tavares

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Torcida Galoucura cultua assassino de Che

A torcida organizada Galoucura, maior organizada do Clube Atlético Mineiro e uma das maiores torcidas do Brasil vem idolatrando a figura do general René Barrientos por meio de bandeiras, camisas e até funk. René Barrientos Ortuño (1919 -1969) foi um general boliviano que, após promover um golpe de estado, governou seu país de forma ditadorial entre 1964 a 1969. Durante seu governo, nomeou o criminoso nazista Klaus Barbie como assessor dos serviços de inteligência de Bolívia. Teve apoio da elite de seu país e principalmente da CIA para executar o plano de assassinar Che Guevara.

Por Marcelo Buraco e Renato Ramos
Pior que empunhar a bandeira de um ditador, assassino, por meio de um funk a torcida ''comemora'' a morte de Che Guevara, símbolo da luta dos povos humildes e oprimidos, operários, estudantes e camponeses em todo o mundo.

É triste ver jovens, na sua maioria gente de origem simples, trabalhadores, afro-descendentes, moradores de bairros pobres, cultuando um símbolo da elite em detrimento da luta de um dos maiores expoentes da luta popular.

Che não representou uma parcela do povo sofrido, representou e lutou por ''todo'' este povo desprovido de condições dignas e massacrados pelo sistema dos poderosos, o capitalismo.

A perplexidade é maior ao constatarmos o potencial de organicidade e mobilização popular desta agremiação que realiza grandes festas populares pra exaltar a paixão ao grande Clube Atlético Mineiro e para tal conta com toda uma gama de diretores e líderes populares, que deixa transparecer que não se importam com a história popular e tão pouco com o que isto representa.

Em seu site oficial a torcida divulgou uma nota:

''O Conselho Administrativo do G.C.R.T.O. Galoucura deixa aqui de forma oficial, a explicação pelo uso da bandeira do General René Barrientos.
A Galoucura é uma agremiação de torcedores de futebol, não somos partido político e nem temos ligação com qualquer um, não somos movimento revolucionário ou nada do tipo.
A bandeira do General René Barrientos, idealizada por um dos membros do Conselho da Galoucura, tem apenas um objetivo: '' rivalidade''. Assim como o Galo come a Raposa, René acabou com Che, como o outro lado usa a imagem de Che.
Usamos a imagem de René Barrientos, mas a mídia e muitas pessoas com 'birra' da Galoucura já vieram dizer asneiras do tipo: Galoucura apóia a ditadura, Galoucura contra a Democracia.
Carregamos no sangue o orgulho de sermos Atleticanos, Brasileiros, Mineiros, a bandeira do René Barrientos atinge plenamente seu objetivo, a rivalidade, simples, pura e saudável''.

Ficam as indagações:

Saudável para quem?

Por que comemorar o assassinato de um líder do povo sofrido dos quais estes jovens fazem parte?

Por que não procurar um símbolo entre os grandes personagens com visão humanista e popular, que a própria Minas Gerais presenteou o povo brasileiro, para simbolizar a grandeza desta organização?

A constatação é que, ao se balizar apenas na rivalidade, a Galoucura desce os degraus da sua grandeza para se juntar aos inimigos da humanidade e do povo.

http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=34953

postado por: Zau

terça-feira, 4 de novembro de 2008

ALELUIA IRMÃOS!

Até que enfim alguma autoridade com alguma noção de torcidas organizadas.
Vale muito apena.
Estou apressado, mas depois dou meus pitacos acerca.
não percam: http://terratv.terra.com.br/templates/channelContents.aspx?channel=2546&contentid=214684

sábado, 1 de novembro de 2008

A torcida é a cara do time.


Por Gutemberg M. Tavares

Em nome da democracia vamos equilibrar este tendencioso blog, que anda muito Corintiano.

Você que navega pelo “Nacoladocartola”, com certeza notou sua tendenciosa interface Corintiana. Não que a decoração esteja feia, pelo contrário a foto ilustrativa é quase uma obra de arte devido às feras registradas.

Contudo “nacoladocartola” é conduzido pelas mãos de uma dupla, Zau, responsável pela decoração do blog, obviamente ferrenho Corintiano e Gutemberg M. Tavares, um apaixonado torcedor do São Paulo, que neste ensaio não será menos tendencioso que seu nobre colega.

Aproveitando o grande prêmio Brasil de Fórmula1 e Felipe Massa, torcedor do São Paulo Futebol Clube, vou explorar a identificação torcedor-time e time-torcedor.

No domingo dia 02 de novembro – finados - pela primeira vez na história um piloto brasileiro irá decidir o título do mundial no Brasil, é ele Felipe Massa.


Felipe Massa, piloto da Ferrari e São-Paulino.

De comum com o São Paulo Futebol Clube a possibilidade de uma conquista inédita, o Tricolor Paulista pode ser o primeiro tri-campeão brasileiro, clube e piloto vivem momentos decisivos, porém o vitorioso time tem mais chances que o promissor Massa.

Ele terá apenas Interlagos para tirar uma diferença de 7 pontos, ou seja precisa vencer a corrida e seu oponente Lewis Hamilton chegar no máximo na 7º posição e assim não marcar mais que 2 pontos.

Tudo indefinido já que Massa larga em 1º e Hamilton em 4º.
Devido ao talento de Massa e a torcida São-Paulina ele será o campeão... Cobrem-me!
Para provar que a torcida e o time se identificam, baseio-me nestes dois pilotos, Massa São-Paulino e Rubens Barrichello, assumidamente Corintiano.

Rubens Barrichello ex-piloto da Ferrari
chorando após corrida, Corintiano.
Observando o momento dos dois é possível fazer uma analogia aos seus clubes de coração. Felipe Massa vive desde 2005 plena ascensão e este ano está no melhor time da Formula1, Rubens Barrichello, Corintiano viveu em 2008 a decadência e o ostracismo, situação comparada a vivida por seu time que neste ano disputou a Série B do Campeonato Brasileiro.

Desse ângulo, torcida e time se identificam.

Não quis com minhas palavras desconsiderar o time alvinegro, más o comparativo é válido, Rubens já foi grande, más foi superado, o Corinthians já foi o maior paulista hoje já não é. Assim é a vida.

Força Massa, força Tricolor - Tomara ter equilibrado o tendencioso “Nacoladocartola”.

Gutemberg Mendes Tavares.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008


Por Gutemberg M. Tavares

Um Clássico Vergonhoso.

Foi uma partida inusitada, para começar ocorreu numa quinta-feira, num horário atípico, contrariando os grandes clássicos históricos que ocorrem as quartas-feiras e nos finais de semana, más nem por isso deixou de ter um grande publico, milhões de expectadores acompanharam havidamente via internet, rádio e televisão.

Para surpresa geral, um confronto desta magnitude não foi monopolizado pela Rede Globo. Algo estranho no ar.

Ingredientes como corre-corre, fumaça, estouros, também não faltaram, o que mudou foi a forma de eles serem detonados, no caso ocorreram via escopetas e bombas de gás lacrimogêneo.

Difícil foi escalar as equipes, pois somando os dois times, havia no campo de batalha aproximadamente quatro mil integrantes.

E a imprensa? Está nunca teve tanta liberdade, nem nos tempos de Pelé, onde após os gols os repórteres invadiam o campo, neste episódio ela teve o privilégio de participar da partida, misturou-se entre os participantes, de negativo foi o fato de pelo menos alguns saírem machucados, um repórter cinematográfico da Record, teve de ser levado ao hospital por conta de uma “Contusão”.

Devido ao grande número de jogadores a disputa não pode ocorrer no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, popularmente conhecido como Morumbi, a casa do São Paulo Futebol Clube, más nem por isso deixou de ser disputado em região nobre.

A batalha ocorreu num bairro nobre da cidade, Morumbi, próximo ao Palácio dos Bandeirantes, residência oficial da figura mais importante do estado, o Governador Jose Serra do PSDB.

Pleiteando melhores salários o time da Polícia Civil partiu para o ataque, objetivando chegar ao palácio onde estava Jose Serra, e assim poder tratar do assunto pessoalmente.

Conseguir o objetivo não seria fácil, pela frente os policiais civis enfrentariam um adversário de qualidade, a Polícia Militar e seus “Escudos Transparentes, Capacetes reluzentes e a determinação de manter tudo em seu lugar”, diria Herbet Viana, vocalista do grupo de rock “Paralamas do Sucesso”.

O Governador convocou os melhores atletas, conhecidos como tropa de choque, e posicionou o time totalmente na defesa, a tática era o contra-ataque, para o time do governador o empate era o resultado mais interessante.

A disputa findou-se e como todos sabiam antecipadamente, numa partida como essa não poderia haver um vencedor, e sim perdedores que neste caso foram a população do Estado de São Paulo.

Como de praxe após o jogo os representantes de ambas as equipes concederam entrevista coletiva, Jose Serra se mostrou insatisfeito com o time da Polícia Civil, sugeriu que eles foram desleais e que teriam agido com fins políticos.

Do outro lado, o representante do sindicato dos policiais civis Divinato da Consolação, disse que o jogo foi violento porque o time adversário, na pessoa do Governador, menosprezou sua equipe.

Falando Sério.

Alguns personagens se sentindo acusados por Jose Serra resolveram emitir suas opiniões, o Senador Aloísio Mercadante rebateu as acusações e sugeriu a Jose Serra que dialogasse com o adversário. O Deputado Federal Paulinho da Força, também compartilhou com as palavras de Mercadante.

De tudo isso podemos tirar duas conclusões, de um lado o governador sugere motivações políticas para o embate, do outro os pedintes acusam o governo de prepotência, por nem sequer recebe-los, e no meio disso tudo ficamos nós.

Se com as duas forças unidas a população ainda sofre com insegurança, imagina o que acontece quando as duas entram em conflito. Imaginem se a policia militar resolvesse não acatar a ordem do governo, e não barrasse os manifestantes: Uma crise institucional!

Obviamente que a população não pode apoiar um movimento onde seus integrantes, ao requerem seus direitos, fazem uso de armas de fogo e veículos cedidos para o uso na defesa da sociedade, porém não é aceitável que um policial lotado no maior estado do Brasil, tenha um salário que não o possibilite condições necessárias para o bom desempenho de suas funções, o levando a trabalhos esporádicos, conhecidos como “Bicos” e em muitos casos corrupção.

Cabe a cada um refletir sobre o caso e fazer seu juízo de valor acerca acontecimentos, o que não podemos é ficar de braços cruzados diante desta vergonha, sendo por motivos políticos ou não o governo não pode deixar a coisa chegar a este nível, lembrando que a categoria esta em negociação desde de janeiro de 2008.


Gutemberg Mendes Tavares

Panteras de ouro

Punhos vestidos de negro ao ar. Pés descalços, com meias negras. Cabeças baixas para o hino do país opressor.


Foi assim que Tommie Smith(centro) e John Carlos(direita), medalhistas na Cidade do México em 1968, se posicionaram no pódio olímpico há exatos 40 anos.


Antes dos jogos, o sociólogo Harry Edwards, fundador do Projeto Olímpico para Direitos Humanos (OPHR, em inglês), havia tentado articular um boicote dos jogadores negros norte-americanos aos jogos. Para Edwards, eles deviam se recusar a "ser utilizados como animais de performance".


O vencedor dos 200m rasos de 1968 era amigo de Edwards e por pouco não aderiu ao protesto. Já Kareem Abdul-Jabbar(foto), o maior pontuador da história do basquete preferiu não defender as cores norte-americanas.


“Se eu vencer, sou um americano, não um negro americano. Mas se eu fizer algo ruim, então eles diriam que sou um preto. A América negra vai entender", afirmou Smith, então detentor de sete recordes mundiais.


O presi do Comitê Olímpico Internacional(COI), Avery Brundage, ordenou a expulsão dos atletas da vila olímpica e declarou que o ato foi “uma quebra deliberada e violenta dos princípios fundamentais do espírito olímpico”. Contudo, a medalha de ouro e de bronze não foram cassadas.


O australiano Peter Norman, branco, que ficou com o segundo lugar também foi marginalizado por ter utilizado um pin da OPHR em seu agasalho no momento do recebimento da medalha. Mesmo obtendo o índice olímpico para Munique-72(ai ai, aí dá outra história. dale olímpiadas!), Norman foi impedido de participar dos jogos.


Pra você, mané, vá fazer algo interessante. Busque conhecer os grandes nomes do Partido Panteras Negras para Auto-defesa. Cito alguns, apesar do movimento ter sido obtido, única e exclusivamente, pelo povo e para o povo: Huey Newton e Bobby Seale(foto), Mumia Abul-Jamal, Malcon X, Martin Luther King, Angela Davis, Família Shakur, Che, Bob Marley, Mao-Tse, Karl Marx...

você preguiçoso, pelo menos desfrute da excelente película Panteras Negras.


ps. devido a incompetências computadorísticas, está dificílimo postar as outras 11 partes do filme. porém, em breve, o problema será resolvido. Não seja inútil. Entre no seu tubo e procure as demais.

tchau
Zau, capo!!

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Manifeste Sua Opinião e Ganhe Um Livro.

Prêmio para melhor sugestão.

Visando estimular a participação e receber críticas, pedimos aos leitores que postem sua crítica no texto abaixo, “Brasil – Copa do Mundo 2014”, ao fazê-lo deixe uma sugestão para mascote da Copa de 2014, no Brasil.

O dono da melhor sugestão ganhará uma edição do livro “Triste Fim de Policarpo Quaresma” de Lima Barreto, ou “O Cortiço” de Aluisio Azevedo.

O leitor pode deixar mais de uma sugestão desde que seja em post diferente, os critérios serão a originalidade e criatividade, e serão avaliados por Zau.

Resultado dia 14 de outubro de 2008.

Gutemberg Mendes Tavares.

Brasil – Copa do Mundo de Futebol 2014.

No dia 22 de Setembro, última segunda-feira, a (FIFA), Federação Internacional de Futebol Association, anunciou um Leopardo como mascote para a copa de 2010, que será realizada na África do Sul.

Jérôme Valcke, Secretário-geral da entidade, destaca que Zakumi como é chamado o mascote, representa o povo, a geografia e o espírito da África do Sul.

O nome foi escolhido por tratar-se de uma combinação de palavras em dialetos africano, como "ZA", abreviação para África do Sul, mais "kumi", forma escrita do número dez em alguns países do continente.

Mais apaixonado por futebol do que os africanos somos nós brasileiros, e sabendo que após a copa da África do Sul o maior evento esportivo do planeta será realizado no Brasil, “O País do Futebol”, alguns brasileiros como eu apesar da distância já imaginam a realização do evento.

Entendo ser até um tanto quanto precoce, porém por ser o Brasil o país sede da copa 2014, aproveito o gancho e questiono sobre qual seria o mascote ideal para Copa do Mundo de 2014.

Sabendo que a (FIFA), é quem da o aval final para a escolha do mascote, resta-nos esperar que sejam coerentes e escolham um personagem que tenha identificação com a cultura de nosso país.

Poderia ser um Índio, homenagearia o povo que por vezes foi tido como o problema de nossa sociedade, quando na verdade deveria e deve ser motivo de orgulho como bem manifestou Oswald de Andrade.

Quem sabe uma ave – Arara - expressaria toda nossa riqueza da flora e fauna.

Talvez o Saci-Perere, personagem criado por monteiro lobato que ressalta a irreverência e o negro brasileiro ou ainda todo o sítio do Pica Pau Amarelo.

Possibilidades e candidatos temos aos montes, só espero que não façam como nos jogos pan-americanos, realizados no Rio de Janeiro em 2007, onde o mascote se chamava “Cauê”...

Escolher o sol como personagem até pode-se considerar, uma vez que o Rio tem exuberantes praias e um verão dos melhores, agora o nome “Cauê” mostra-se totalmente incoerente com o Rio de Janeiro e com qualquer outro lugar do Brasil.

Ao olhar quem esteve por trás da escolha “PlimPlim”, já não se fica tão espantado, na ilusão de interatividade eles deixaram a cargo de seus expectadores a escolha do nome, e veja no que deu!


Gostando ou não de futebol todo brasileiro sabe a importância que este esporte tem em nossa cultura e sociedade, isto é histórico, haja visto a final da copa de 1950, onde o Brasil saiu derrotado por 2 tentos a 1 para a Celeste, seleção do Uruguai. “Sem dúvida um dos três maiores velórios já vistos por estas bandas”.

Cabe a nós que gostamos de futebol e ainda mais do Brasil, ficarmos atentos e tentarmos de alguma forma estimular a escolha - não só para a Copa do Mundo, más para qualquer outro evento - de pernosagens inerentes a nossa história e assim vermos nossa cultura um pouco mais prestigiada.

“No Brasil uma Copa do Mundo não é simplesmente uma disputa de partidas de futebol, este evento trás alto grau de simbolismo e sentimentalismo, até mais que uma eleição presidencial, felizmente ou infelizmente”. Gutemberg Tavares.

Gutemberg Mendes Tavares.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Que de la mano de Johan Cruyff...



Nessa terça-feira começou a Champions League 08/09, diferente do início da década de 90, quando somente jogavam os campeões, fazendo jus ao nome. Hoje a liga conta até com times que se classificaram ficando com a quarta colocação no campeonato local. Tudo bem vai, é a dinâmica do futebol, diriam uns sábios.

Para disputar a finalíssima de 92, entraram em campo Barcelona, que viria a sagrar-se tetracampeão espanhol (90/91, 91/92, 92/93, 93/94), e Sampdoria, pela primeira vez a campeã italiana. Abaixo seguem as disposições táticas:


Na memória dos torcedores culés estava fresca a derrota em 1986, contra o Steua Bucarest, no belo campo do Sevilla. Mas, como alento, os espanhóis lembravam de 1989, quando sairam campeões da Recopa da Europa, em cima da samp.

Como podem ver, o barça entrou com um 3-5-2 ofensivo, tendo como ponto forte o meio campo, formado por Guardiola, Bakero e Laudrup. Koeman, como é característico, aparecia muito bem para jogar, muitas vezes compondo uma dupla de volantes com o jovem Guardiola. Isso também era possivel pois Eusebio e Juan Carlos se preocupavam com a marcação de Lombardo e Bonetti. As melhores investidas do barça saiam dos pés de Laudrup, sempre procurando Stoitchkov. O búlgaro fez o que quis com a partida, mesmo sofrendo forte marcação de Mannini e Lombardo. Os italianos fizeram uma partida muito equilibrada. Vierchowod e Cerezo fechavam a cabeça de area e Pari voltava muito para a marcação. As investidas dos italianos costumavam sempre sair dos pés de Lombardo, Bonetti e Mancini. Viali fazia sua presença de centroavante. Como do lado catalão, com Koeman, Vierchowod dava segurança e saida de bola.

A partida foi bem movimentada, o barça tinha maior domínio da posse de bola e um meio campo muito qualificado para acionar Stoitchkov. A marcação dos italianos era muito bem feita, e quando o barça encontrava um espaço criando uma boa jogada, logo os italianos respondiam, sempre pelos pés de Lombardo e Mancini. O carequinha italiano fez uma partida excelente: marcou, atacou, driblou, brigou. Nada faltou ao 7.

Na primeira etapa, chances claras só com Lombardo e Stoitchkov. Na segunda, Mancini cresceu no jogo e mostrou muita categoria para clarear Lombardo e Viali, que por duas vezes perdeu chances claras de gol. Stoitchkov seguia o melhor em campo e Laudrup tambem passou a acertar mais. Salinas, autor de um gol na vitória de 2-0 na Recopa, não fez boa partida, e na única que encontrou parou nas mãos de Pagliuca. Goikotxea entrou no seu lugar a 25' do final. Zubizarreta e Pagliuca, goleiros de Espanha e Itália, respectivamente, no mundial de 1994, mostraram-se seguros no místico Wembley.

0-0, tempo regulamentar. Engana-se quem pensa que a partida estava chata. Prorrogação era um bônus para o torcedor. No 30 minutos que seguiram a partida manteve a dinâmica. Nesse momento Vierchowod jogava na lateral direita para marcar Stoitchkov, pois Mannini já havia levado cartão amarelo, em falta sofrida pelo búlgaro. Invernizi entrou no lugar de Bonetti, e compôs uma dupla de volante com Cerezo. Pari fazia a marcação de Goikotxea pela esquerda e Katanec tentava sair para o jogo, sem efeito algum. Nesse momento a samp saia somente com Lombardo e Mancini.

Hristo Stoitchkov seguia infernal, tudo passava pelos seus pés na prorrogação. Até que aos 6' do segundo tempo da prorrogação, Invernizi comete uma falta muito contestada por todos italianos. Schmidhuber, árbitro alemão, marcou bola presa num lance que não ocorreu tal infração. Falta dois-toques, sinalizava o braço erquido. Na bola, Stoitchkov, Bakero e Koeman, o triângulo da Catalunha. Stoitch, crack histórico do Barcelona, artilheiro do time nos espanhóis conquistados: 90/91, 91/92 e 92/93, em 93/94 foi vice-artilheiro, ficando atrás de Romário, artilheiro do campeonato com 30 tentos. Koeman, outro histórico do barça, dava tranquilidade para o sistema defensivo e iniciava todas as jogadas com o então jovem Guardiola. Bakero? o autor do gol mais importante daquele campeonato até aquele momento. Foi contra o Kaiserlautern, na Alemanha. O barça havia ganhado a primeira partida por 2-0 e vinha perdendo de 3-0 para o atual campeão alemão, quando aos 44' do segundo tempo Jose Mari Bakero aproveita um lançamento de Koeman e converte de cabeça, colocando o barça na fase de grupos.

Voltando ao jogo... Stoitchkov rola para Bakero, que pisa para Koeman manda um derechazo sem chances para Pagliuca. Festa blaugrana. No que se seguiu, foi só um pouco mais da qualidade búlgara. Mais duas boas chances para Stoitchkov, que aproveitou bem o desespero italiano. 9’ de nervosismo italiano.

Fiesta a los culés!! a 30.000 culés que viajaron de routemasters!!!

No recebimento do caneco, os jogadores já haviam trocado a camiseta naranja pela tradicional. Alexanco, que entrou no lugar de Guardiola, logo após o gol, foi quem levantou a taça para os torcedores espanhóis. Na seqüência o presidente do clube e o capitão Zubizarreta foram os que levantaram la que se mira, pero no se toca.

Linda festa a um dos melhores times dos anos 90. E o coro para o holandês de jogo bonito: “vení vení, cantá conmigo, que un amigo vas a encontrar... que de la mano de Johan Cruyff, todos la vuelta vamos a dar!!”

No final do ano, o barça enfrentaria o São Paulo FC, pelo Intercontinental de Tókio. Toninho Cerezo, que já havia trabalhado com Telê Santana no Atlético-Mg, voltou para o Brasil, a jogar no tricolor do Morumbi.

E no Japão, todos já sabiam qual era o homem a ser marcado, porém, bastaram 13’ para um tal búlgaro voltar a brilhar...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Informação.

“Dizem que informação é poder, depende do tipo de informação, do que adianta eu saber quem foi o vencedor do Big Brother? Nada! E infelizmente é assim, a maioria dos veículos de mídia nos oferecem informações superficiais, enquanto as informações que realmente poderiam ser uteis estão guardadas, escondidaa a algumas chaves. Veículos manipuladores escondem as informações que poderiam dar poder a nós receptores, desta forma o que nos resta é selecionar e sempre buscar alternativas em relação aos dinossauros da mídia".

Gutemberg Mendes Tavares.

Uma Nação Carente de Heróis.

O povo brasileiro sempre encontrou nos esportistas de destaque, verdadeiros heróis, colocando-os em uma esfera acima dos demais ídolos de sua nação.

Enquanto os Norte-Americanos tem o Super-Homem, nós temos Pelé, João do Pulo, Airton Sena dentre outros. Sócrates não escapa a este dado, e devido a sua reconhecida intelectualidade pode ser prostrado como o líder desta “liga”.

Em sua crônica, “País de Poucos”, o agora Dr. Sócrates, observa o caráter individualista de nossos atletas que tem destaque no cenário mundial. Tal observação suscita reflexões.

Por que este individualismo, se enquanto nação, somos mais de 180 milhões?
...

Se os recursos destinados ao esporte brasileiro fossem mais bem distribuídos, a gama de heróis nacionais seria grande o suficiente para formar um exército.

Um exército grande o suficiente para se engajar, e no mínimo equilibrar a disputa contra as desigualdades sociais encontradas em nossa bela Nação.

Mesmo com destaques individuais, estes seriam tantos que não seriam mais vistos de forma individual, más sim como parte de um todo.

Quanto a Sócrates, com a bola se mostrou imponente, com as palavras e a caneta faz juízo ao nome recebido pelo pai.


Gutemberg Mendes Tavares.