quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Por Gutemberg M. Tavares

Cobertura Esportiva no Rádio.
A televisão trouxe muita comodidade e a mágica das imagens, mas jamais terá o charme, a mobilidade, e a emoção proporcionada pelo rádio.

A história do rádio brasileiro no tangente a cobertura esportiva, mais especificamente futebol, é sinônimo de qualidade, alegria e emoção, seus personagens merecem admiração.

A começar por João Alves Jobin Saldanha, ou simplesmente João Saldanha, filiado ao Partido Comunista era polemico, foi radialista esportivo, técnico do Botafogo e da Seleção Brasileira. João Havelange o teria idicado, objetivando uma trégua com os jornalistas brasileiros, pois com Saldanha no comando da seleção, as críticas da imprensa diminuiriam.

Nos primeiros seis jogos, 100% de aproveitamento, mas devido a seu temperamento intempestivo e a supostas contradições ao então presidente Garrastazu Médici, Saldanha foi demitido e voltou a exercer a profissão de radialista esportivo. “Quem escala a seleção sou eu, quando o presidente escalou o seu ministério ele não pediu a minha opinião”, teria dito Saldanha, que enquanto radislista sempre criticava, jogadores, técnicos e clubes de futebol.

“Abrem-se as cortinas do espetáculo.”
Era assim que Fiori Gigliotti, uma das maiores lendas do rádio esportivo brasileiro, se não a maior, iniciava a transmissão dos jogos de futebol. Durante sua brilhante carreira participou de ao menos dez copas do mundo, era dono de um estilo único, falava do futebol de forma romântica.

“Fecham-se as cortinas.”

Em 08 de junho de 2006, às vésperas de mais uma Copa do Mundo Fiori faleceu, deixando um legado inestimável para o rádio brasileiro, e para àqueles que assim como eu pretendem seguir os caminhos da imprensa esportiva, inspiração.

Em homenagem a Fiori, Galvão Bueno iniciou a transmissão do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2006, fazendo uso da célebre frase imortalizada por Gigliotti, "abrem-se as cortinas e começa o espetáculo", o Brasil venceu a Croácia por 1 a 0.

Outro grande locutor esportivo foi Osmar Santos, que infelizmente teve sua carreira interrompida em 1994, após um acidente de carro que afetou seu principal dom, a Voz.

Osmar Santos é dono de diversos bordões que estão estabelecidos no futebol até hoje, um dos mais famosos é o apelido de “Animal”, dado a Edmundo, ídolo do Palmeiras e Vasco, outros como “Garotinho”“Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha” e um dos gols mais inesquecíveis do futebol "E que GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL”.

A lista com nomes de figuras importantes para o rádio esportivo brasileiro é enorme, só não maior que suas biografias, o que o leitor viu acima, nada mais é que uma fagulha, diante da imensa contribuição desses três mestres citados.

Não sou hipócrita ao ponto de dizer que trocaria uma transmissão do jogo de meu time na TV por uma de rádio, contudo não me queixo de maneira nenhuma quando o jogo de meu time é transmitido pelo rádio. No rádio você não vê nada do que está acontecendo, somente escuta um narrador ensandecido que não pára de falar um minuto, as pessoas tem medo daquilo que elas não podem ver, assim, o rádio leva as pessoas ao máximo de suas emoções.

Saindo um pouco das transmissões das partidas, gostaria de dar uma breve passagem pelos programas de debate sobre futebol. Em meio a baixa qualidade, excesso de propaganda e sensacinalismo encontrados nos programas de debate esportivo na TV aberta – Debate Bola – Mesa Redonda – Jogo Aberto, uma boa opção é acompanhar os programas esportivos pelo rádio.


Estádio 97

Dentre vários existentes, destaco o Estádio 97, transmitido pela Energia 97 FM, trata-se de um ótimo programa esportivo, pautado pelo bom humor, informação e gozações diversas. Mesmo com todo esse caráter cômico, o programa aborda assuntos sérios, como os bastidores do futebol, e vez enquando, coloca no ar alguns cartolas, cobrando-lhes explicações sobre diversos acontecimentos.

O ouvinte tem direito a dar opinião, participar empiracamente do programa, como “Estranho no Ninho”, o que torna o Estádio 97 mais democrátrico. O Estádio 97 serve como um divisor de águas no rádio esportivo brasileiro, cada time de São Paulo tem um representante, que da notícias de sua agremiação e defende seu time das gozações dos outros integrantes.

Fazem parte do time do Estádio 97: Sombra, não um chefe, mas líder da turma, São Paulino, logo pessoa de bom gosto e inteligente – Benja, representante da elite, também conhecido como GPS Man, Corinthiano, esse cara é engraçado, principalmente quando imita o Barbosa, é cheio de amigos influentes – Mano, vulgo menino do Benja, descontrolado e dono de opiniões nada comuns, também Corinthiano, luta pra ser odiado, mas so consegue ser admirado – Portuga, mais conhecido por ser dominado pela esposa, e imitador oficial do Estádio, sua imitação do técnico Luxemburgo é muito boa, torcedor da Lusa – RG 02, apelido dado por ser tão velho que é dono do RG02, o primeiro é de Jesus Cristo RG01, Santista, é o representante da velha guarda no programa – Domênico, O Gato, este é um fanático Palmeirense, dono de uma voz marcante e inconfundível, tem vasta experiência no rádio, são aproximadamente 20 anos.
Mano, RG, Benja, Sombra, Portuga e o Bá.
Ao fundo um verdadeiro "estranho".

Fazem parte ainda o repórter Mota, e integrantes da produção, Bá e Bento, vozes menos ouvidas, mas com fundamental importância. Outro aspecto interessante do programa é o seu DJ, mais conhecido como Broca Fumegante, é isso mesmo, Broca Fumegante, responsável pela trilha sonora do Estádio 97.

O Estádio não está livre do “merchan”, contudo o faz de maneira inovadora, não há intervalos comerciais no programa, os anúncios são feitos pelos próprios integrantes, nesse quesito quem mais se destaca é Benjamim, dada sua influência comercial e sua dacilidade de comunicação, é quase um: “milton neves do rádio”.

Quem quiser conhecer melhor, é só sintonisar em 97,7 FM, Energia 97 das 18h às 20h30, ou acessem o youtube e procurem por Estádio 97 no programa do Jô.

Pra quem gosta de futebol, mas acima de tudo gosta de rir, recomendo o Estádio 97.
Gutemberg Mendes Tavares

4 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Excelente texto... é muito importante valorizarmos as transmissões de radio e seus apresentadores, que muito mais que narrarem o jogo atribuem ao mesmo muito mais emoção, é muito bom quando escutamos um jogo no radio e ao conferir os melhores momentos na TV nos damos conta de que imaginamos os lances exatamente como eles aconteceram, graças a competência dos grandes profissionais do rádio. Claro que infelizmente como em qualquer lugar ou profissão existem os bons e ruins, ou aqueles com quem nos identificamos mais ou menos, de qualquer forma, escolha o seu preferido e aprecie sem moderação!!!
Guto, parabéns seus textos, estão cada vez melhores!

Gutemberg M. Tavares disse...

está mto limitado gutxinho. tu poderia ter trazido mais informações de nomes históricos da rádio esportiba. Ou, ao menos, a historia das rádios que cobrem o esporte.

tarefa muito dificil, mas vc é capaz haha.

e foi hj, que ouvindo o estadio97, o portuga tentou analisar os confrontos direto do tricolor nesse brasileiro, mas os outros do programa desdenharam: "oq isso tem a ver? SP é campeão e pronto!"

com pessoas assim a memória torna-se cada vez mais defasada. Mas, afinal, oq isso tem a ver com a sua vida?

né, não loco?

zau

Paulo Henrique disse...

Concordo com o testo na integra. Se trata realmente do melhor programa esportivo do radio. Vc traduziu em poucas a palavras o sentimento de milhares de ouvintes. " ... e a torcida sabe o estádio é a opção, liga lá 6 horas conferindo a escalação ..."