segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

É, infelizmente, futebóu, pô!

Em 2008 foram incontáveis as vezes que seo Muricy Ramalho, em coletivas, demonstrou todo seu aborrecimento com a imprensa esportiva – to contigo Muricy! Assim, sem vontade, cansou de justificar as atuações mecânicas do tricolor dizendo: “é futebol, pô!”
Frase que quase nada quer dizer.

Méritos à imprensa. Perguntas que nada quer dizer só pode esperar respostas de tamanho nível.

Mas como isso é discussão pra outras bistequinhas e biritas, vamos falar desse, já característico, 3-5-2 tricolor. Tricampeão do Brasil, da América e do Mundo.

Em 2004, com a chegada do técnico Cuca, o tricolor passou a investir em nomes menos requisitados, mas qualificados. Jogadores como Fabão, Danilo e Grafite, chegaram do Goiás de 2003, treinado por Cuca. Além deles, chegaram, também em 2004, nomes como Rodrigo, Cicinho e Junior. Assim formava-se a base do time campeão da Libertadores de 2005: Ceni; Fabão, Lugano e Alex; Cicinho, Josué, Mineiro e Junior; Danilo; Luizão e Amoroso. Cuca já cultivava o forte 3-5-2, formando uma linha de zagueiros com Rodrigo, Lugano e Fabão. Explorava a velocidade de Cicinho e a qualidade na organização de Danilo.

Mesmo formando um time que buscava manejar bem a bola, Cuca foi demitido em mais uma desanimada noite de Morumbi. Diante da amargura de tão só 2.100 torcedores, Cuca deixou o comando tricolor após derrota de 3 – 2 para o Coritiba.

Para seu lugar chegou Emerson Leão e, enfim, o tricolor começou a ganhar jogos na medida em que a torcida esperava. Em 18 partidas foram 11 vitórias e 4 empates, com destaque para as goleadas de 7 – 0, 0 – 5, e 5 – 2 diante de Paysandu, Atlético-Mg e Botafogo, respectivamente. Estava consolidado o 3-5-2 pelas bandas do Morumbi. Rodrigo, Lugano e Fabão compõe a defesa. Cicinho e Júnior aliam juventude e experiência, força física e qualidade técnica. Na armação, Danilo dá conta do recado, apesar de nunca ter tido o reconhecimento da torcida. Grafite anotava os seus e Tardelli deixava a torcida com um pé atrás, mas seguia deixando os seus. O foco do investimento para a disputa da Libertadores estava claro: volantes e atacantes.

Já incorporados ao elenco de 2005, Josué e Mineiro começavam a se destacar logo no começo da temporada com a conquista do Campeonato Paulista. Luizão, se recuperando de lesão, vinha cavando um lugar no time de Leão. O 3-5-2 estava mais forte do que nunca, e fazia escola no Brasil. Ceni; Rodrigo, Lugano e Fabão; Cicinho, Josué, Mineiro e Junior; Danilo; Tardelli e Grafite.

Propostas vai, propostas vem... quem tem sentimento guarda algo que nem com mastercard, quem não tem guarda – ou não – apenas umas verdinhas.

Leão foi ao Japão.

Autuori veio ao Tricolor.

O novo treinador, sábio como só ele, obviamente não meteu o dedo em nada. Quer dizer, mais que isso, sacou das mangas uma alternativa ao ainda não confiável ataque tricolor. Luizão e Amoroso agora reeditavam a dupla bugrina semifinalista do Brasileiro de 1994. Além das mudanças no ataque, Autuori foi obrigado a mexer no sistema defensivo pois Rodrigo havia sido vendido. Alex tornou-se o titular.

Campeão da Libertadores e do Mundial, em cima do Liverpool, com gol de Mineiro, o time de Paulo Autuori passou por um ano sensacional, contabilizando também goleadas de 1 – 5 e 1 – 6 sobre Corinthians e Flamengo, respectivamente. Porém, após o título para japonês ver, Paulo Autuori ficou na terra do sol nascente. Portugal Gouvêa pensava em um novo nome para o cargo, eis que surge o de Muricy Ramalho, atual vice-campeão brasileiro.

Não gostaria de deixar passar que foi o Autuori quem primeiro escalou Hernanes no profissional, já em 2005.

Da base campeã da América em 2005, Muricy não contava com Alex, Cicinho, Amoroso e Luizão. Em compensação, chegou a dupla de ataque do furacão, Aloísio e Lima, além de Leandro, Alex Dias e Ricardo Oliveira. Edcarlos e André Dias(mais um ex-Goiás) incorporaram o sistema defensivo. Assim estava formado o tricolor campeão Brasileiro de 2006, forte em todos os setores. Na final da Libertadores com: Ceni; Edcarlos, Lugano e Fabão; Souza, Josué, Mineiro e Junior; Danilo; Leandro e Oliveira. A base do Brasileiro com: Ceni; Fabão, Miranda e André Dias; Ilsinho, Josué, Mineiro, Junior; Danilo; Leandro e Aloísio. O time ainda contava com Alex Silva, Lenilson, Ribeiro, Alex Dias, Richarlyson e o polivalente Souza, peça fundamental dessa conquista.

O vice no Paulista e na Libertadores foram compensados com o título nacional, conquistado com duas rodadas de antecedência.

2007 começou e o tricolor não tinha mais Fabão, um dos poucos remanescentes da Libertadores 2005. Em contrapartida, Miranda, Alex Silva e Breno se destacavam. Mineiro e Josué embarcavam para a Europa, enquanto Hernanes ganhava seu espaço. Jorge Wagner, Borges, Richarlyson, Hugo e Dagoberto foram as principais contratações da temporada. O 3-5-2 permanecia inabalável: Ceni; Miranda, Breno(André Dias) e Alex Silva; Souza, Hernanes, Rick e Jorge Wagner; Dagoberto, Leandro e Aloísio. Desta vez, 4 rodadas de desfile ao SPFW.

Infelizmente, 2008 é isso que vemos hoje. Um time limitado na hora de jogar, mas fortíssimo em seu esquema tático, guiado à 3 anos pelo mesmo treinador. Um time que sabe se defender como nos outros anos, e que só conseguiu ganhar um alento quando encontrou a dupla de volantes, qualificada ao nível de Mineiro e Josué, e o camisa 10, que não é nada de encher os olhos, mas suficiente para um campeonato onde Flamengo e Palmeiras venderam o título no decorrer do campeonato. Hernanes, Jean e Hugo deram alternativas de jogo para o São Paulo que dependia muito das bolas paradas de Jorge Wagner para conquistar os 3 pontos.

O time que não se propôs a jogar o ano inteiro, encontrou-se na metade do nacional. Tarde para tudo. Restava jogar o futebóu de Muricy e tirar a vantagem do líder e limitado Grêmio.
Um ano e meio depois, o São Paulo desconta a eliminação na Libertadores 2007. Um ano e meio depois, o Grêmio é vice denovo.

Tudo começou com o Cuca e a merda do Goiás, vamos aprender... vamos aprender...


ps. me desculpem pelos error gramaticais, esta tarde e o assunto é chatíssimo.
e essa semana trarei uma análise jogo-a-jogo da campanha do SP, vamos ver o que dá para aproveitar.

zau

Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns, não deixou de dar suas curintianadas, mas reconheceu a superioridade do tricolor paulista em detrimento aos demais times do Brasil.

Está escrevendo muito bem, o texto ficou legal.