Polêmica criada com a frase "vamos matar os bambis", de Beluzzo, demonstra decadência no futebol brasileiro.
Com muito dissabor, sou obrigado a reconhecer que o futebol brasileiro está ficando chato, sem graça e elitizado. Depois de dizer "vamos matar os bambis", Luiz Gonzaga Beluzzo presidente do Palmeiras, deveria soltar outra aos sensacionalistas de plantão: vamos tomar vergonha na cara!
O futebol é em sua origem folclórico e esporte da massa. Assim, provocações e ironias são inerentes a ele. Óbvio, um cartola da magnitude de Beluzzo deve ponderar suas falas devido a influencia que exerce, no entanto querer cerceá-lo o direito de se manifestar como torcedor, ou crucificá-lo por uma frase provocativa pronunciada num evento onde só haviam torcedores do Palmeiras é um absurdo.
Nós, que torcemos para clubes do Estado de São Paulo, somos todos bambis, gambás, porcos e sardinhas... Na ironia e provocação limitada, reside o gracejo do futebol.
Repercusão.
Na quinta-feira dia 26, o locutor Téo José, no programa Debate Bola da TV Bandeirantes, soltou a seguinte pérola: "meu filho de 13 anos é torcedor do São Paulo e minha esposa também. Pelo o que eu entendi este senhor - referindo-se a Beluzzo - quer que ambos morram". Na mesma linha se manifestaram o ex-jogador e agora comentarista Neto e o ex-árbitro de futebol, agora, também comentarista, Godoy. Renata Fan ancora da atração, afoita pelo crescimento da audiência de seu programa, incitou os participantes a polemizar o assunto. Um dos integrantes, Osmar de Oliveira, não entrou na onda sensacionalista e contribuiu para que a atração esportiva não atingisse o grau zero em qualidade.
Qualquer um, que entenda o mínimo de futebol, conhece o palavreado atípico usado neste esporte. Impossível Téo José e companhia, com décadas de vivência junto aos gramados, desconhecerem que ao pronunciar vamos matar, no futebol, Beluzzo quis dizer vamos eliminar, ultrapassar, lhes tirar a chance do título. A pergunta crucial é: a troco de que se fizeram de mal entendidos?
A fim de evitar novos equívocos da turma do Debate Bola, acrescento a seus componentes que parecem ainda não conhecer o linguajar futebolístico, que quando algum jogador grita em campo LADRÃO, não é necessário chamar a polícia. É apenas um alerta de que algum atleta da equipe adversária vai tentar lhe tomar a bola. Aconselho ainda a eles, principalmente ao locutor Téo José, que tome cuidado ao narrar um gol e usar o termo matador para se referir ao autor da proeza. Alguns podem entender que goleadores como Ronaldo, Romário, Edmundo, Careca, França, Luis Fabiano, Kaká, Adriano etc., são assassinos de seres humanos.
Gutemberg M. Tavares
Jornalismo
8936-7306
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
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