terça-feira, 31 de março de 2009

Diria Walter Benjamim: A Seleção Brasileira Perdeu a Aura.




O filósofo Walter Benjamim escreveu um ensaio intitulado “A obra de arte no tempo de sua reprodutividade técnica”, pretendia estabelecer um novo olhar sobre a arte, que com o advento da Indústria Cultural, perdera a aura. Se fizermos um pequeno esforço, podemos fazer uma analogia sobre a idéia de Benjamim e a atual Seleção Brasileira.





Após o empate – injusto para os equatorianos – diante da Seleção Equatoriana, a Seleção Canarinho, que não é mais a cara do Brasil, enfrenta nesta quarta-feira a seleção peruana, última colocada nas eliminatórias sul-americanas para a próxima Copa do Mundo.

A Seleção Brasileira está na quarta posição do torneio, esta é a posição limite para garantir uma vaga na próxima Copa do Mundo, que será realizada na África do Sul. O quinto colocado, neste momento o Uruguai, disputa uma vaga na repescagem contra o campeão da Oceania.

Com uma atuação mediana a seleção ganha cada vez mais a antipatia da torcida brasileira, não se vê mais por parte do torcedor brasileiro, a noutro hora tão natural empolgação, isso devido à falta de identificação do time com a torcida.

Ai entra a idéia de Benjamim. Teria a seleção perdido sua aura? Que identificação tem Felipe Melo, Marcelo, Daniel Alves dentre outros com a Seleção Brasileira?

Dunga numericamente tem feito um trabalho razoável, apesar de não achar correto e honesto sua posição de treinador da seleção, creio que uma troca de técnicos não resolveria o problema se não fosse acompanhada de uma mudança filosófica no comando da CBF e nas convocações da seleção. Para ser mais claro não adiantaria, em minha opinião, colocar Luxemburgo ou Muricy no comando da seleção se eles continuassem a convocar os mesmos jogadores que Dunga convoca. “O problema central está nos jogadores”.

Quem assistiu ao jogo contra o Equador viu a atuação apática de Ronaldinho Gaúcho, Robinho e companhia. Se seleção é momento, Dunga e sua comissão vêm sendo incoerentes. A maioria dos jogadores pouco ou nada se importa com a torcida, seja fisicamente ou na forma de jogar, perderam as características brasileiras, são “Latino-Europeus”.

Essa política por parte de Dunga e da CBF está matando o futebol brasileiro, Ricardo Teixeira se agarrou ao cargo de dirigente máximo do futebol brasileiro como uma jibóia agarra sua presa na hora da refeição, e o que é mais desanimador é fato de que em 2014 a Copa do Mundo se realizará no Brasil, o que faz com que provavelmente Teixeira não largue o osso, perdão, a CBF até a conclusão da Copa.

Indignante também é a postura dos grandes craques da história do futebol brasileiro, estão calados diante de tamanha atrocidade. O senhor Edson Arantes do Nascimento, que tanto gosta de dar “pitacos” na conduta de jogadores, deveria se manifestar a respeito dessa verdadeira ditadura por que passa a CBF. Não só Pelé, mas todos os outros.

Para se resgatar a magia do futebol brasileiro deve-se identifica-la com o povo, formar um esquadrão conforme a vontade popular. Deveria ser a pretensão dos futuros jogadores brasileiros jogar pela seleção, mais não é, ao menos não parece ser. Se você perguntar a um jovem jogador de categoria infantil qual seu sonho, fatalmente sua resposta será jogar em algum grande clube da Europa, a seleção quando muito é conseqüência.

Não sou contra a convocação de jogadores que atuam na Europa, porém vejo como inaceitável que esse seja o paradigma para ser convocado para a Seleção Brasileira.

Por fim ai vai minha seleção:
Goleiros: Rogério Ceni, Marcos. (Julio Cezar está em boa fase, mas antes dele Rogério Ceni e Marcos já estavam em ótima fase).
Zagueiros: Miranda, Lucio, Luizão, André Dias e Breno.
Laterais: Jorge Wagner, André Santos, Maicom, Fábio Aurélio.
Meio: Kaka, Pierri, Hernanes, Ramires, Elano, e Alex.
Ataque: Robinho, Luiz Fabiano, Kleber (Cruzeiro) e Nilmar. (Se Ronaldo continuar com a boa seqüência tem vaga na seleção).

Por Gutemberg Mendes Tavares

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