sexta-feira, 3 de julho de 2009

Antropofagismo Corintiano.

De motivo de zombaria a espelho para os demais times.

Em 1º de maio de 1928, na Revista de Antropofagia, Oswald de Andrade lançou o Manifesto Antropófago. A intelectualidade brasileira buscava naquele período estabelecer uma cultura própria do Brasil, exemplo dessa busca foi a Semana de Arte Moderna em 1922. No anseio de uma Identidade Própria Nacional uma ala via como melhor caminho o total rompimento com as influências européias, outra, encabeçada por Oswald de Andrade, não.

Em seu ensaio, Manifesto Antropófago, Oswald pregava, em linhas gerais, que o Brasil não deveria romper com a cultura européia, mas sim consumir deles apenas o que de bom tivessem, o restante deveria ser desprezado. Para isso fez uso do termo “antropófago”, que conforme o “Pai dos Burros” significa aquele que come carne humana. A explicação para uso deste termo é encontrada quando verificamos o motivo porque os canibais primitivos consumiam carne humana.

Em geral os antropófagos primitivos, após batalhas com tribos inimigas, comiam a carne de seus adversários não pelo sabor ou “tempero”. Eles acreditavam que ao cometerem o canibalismo estavam adquirindo para si todas as qualidades dos inimigos, força, valentia, coragem etc.

Pois bem, o que tem isso a ver com futebol? Centrando-me no time em questão e no time do qual sou torcedor, muita coisa, diria eu.

Alguns torcedores xiitas sejam São-Paulinos, Palmeirenses, Santistas, Corintianos ou de qualquer outra agremiação rechaçam completamente a idéia de que nos times adversários, principalmente os rivais, existem qualidades que devem ser copiadas ou assimiladas pela equipe porque torcem, eu vejo diferente.

O Corinthians pós-rebaixamento vêm dando belos exemplos aos demais clubes, principalmente á seus rivais no estado.

De todos os times que devem procurar se espelhar e assimilar as qualidades do atual Corinthians, o que mais deve se empenhar nesta tarefa é o São Paulo, time pelo qual meu coração bate em todos os ritmos.

No início do ano, após a contenda envolvendo São Paulo versus Federação Paulista de Futebol, boa parte da diretoria Tricolor, apostando suas fichas na Libertadores da América desprezou o Paulistão, o classificaram como Paulistinha. A maioria da torcida, embasada pela soberba e arrogância da diretoria fez o mesmo. Resultado, o time não se empenhou a torcida não participou e o São Paulo foi vergonhosamente e mais uma vez, eliminado pelo Corinthians. Na oportunidade, Ronaldo deixou sua marca. Dias antes da partida um dos homens mais fortes do São Paulo, Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, disse à imprensa que Ronaldo era um ex-jogador em atividade. Meses depois o time do Morumbi provou, diante do Cruzeiro, a segunda vergonhosa eliminação do ano. Vergonhosa não porque perdeu, mas pela forma apática da derrota.

Assim o São Paulo, que desde 2005 acumulou uma série de conquistas e que por sua diretoria se via muito acima dos demais clubes caiu na vala comum.

Em contra partida o Corinthians deu exemplo, montou uma equipe de operários e numa jogada sensacional protagonizou a maior contratação que o futebol brasileiro já teve, Ronaldo. Conquistou o Campeonato Paulista de forma brilhante e invicto, e na última quarta-feira apequenou o Internacional de Porto Alegre, conquistando a Copa Brasil 2009.

Evidentemente que o peso de um Campeonato Paulista ou Copa do Brasil não é o mesmo de um Campeonato Brasileiro, não se compara à conquista da América, muito menos a um Mundial, no entanto às vezes se encontra mais alegria num churrasco entre amigos do que numa festa de arromba.

Não pretendo aqui dizer que o Corinthians é perfeito ou melhor que os demais clubes, porém se os cartolas deixassem de lado vaidades e condutas desastrosas, como o fez Fernando Carvalho do Inter, com o DVD contra o Corinthans, fariam mais bem a suas agremiações.

Mantendo a linha de pensamento em relação a São Paulo e Corinthians, dois gigantes do futebol brasileiro, observo que o time do Parque São Jorge no tangente a política com treinador se espelha no São Paulo, exemplo disso foi a manutenção de Mano Menezes mesmo após a perca da Copa Brasil em 2008. O time Alvinegro pode ainda se espelhar no trabalho de base, no investimento em estrutura, no trato com jogadores e no planejamento, se não fossem os últimos acontecimentos diria no profissionalismo da diretoria.

O Tricolor pode fazer como o Corinthians e deixar a arrogância de lado, não menosprezar times ou competições nacionais, são nessas conquistas, principalmente mata-mata que o amor dos torcedores é despertado e consolidado. Sem essas conquistas a torcida fica fria e sem identidade nacional. Não se pode viver de um único campeonato como o faz o São Paulo, que apesar de ser o atual tri-campeão brasileiro, deixa este fato em segundo plano se o assunto for a Copa Libertadores.

Assim como pensava Oswald em relação à cultura européia para o Brasil, penso eu em relação aos times de futebol, devem uns se espelhar nos outros, adquirindo o que de melhor tiver o adversário, isso não é demérito para ninguém.

Por parte do meu São Paulo, vejo como urgente a necessidade de “canibalisar” a garra e alegria da torcida corintiana, o que só se consegue valorizando conquistas regionais e nacionais, principalmente as que são disputadas em formato eliminatório.

Quanto à diretoria São-Paulina, esta deve deixar a arrogância de lado, o São Paulo é sim um clube diferenciado, sua galeria de troféus mostra isso, no entanto estamos no Brasil, somos brasileiros não Europeus.

Por Gutemberg M. Tavares

2 comentários:

Deise Maturana disse...

Ronaldo! brilha muito nú Corinthians kkkkkkkkk

Em minha opinião estamos numa má fase, e o próprio atacante do São Paulo, Washington, comenta que o time agora precisa ajudar o novo técnico Ricardo Gomes a sair dessa situação.

Anônimo disse...

tOpO topo sim por que não ???
vamOs cair pra dentrO
aahuahu muitO boum mulk
AbraçOoOO